Eficiência Operacional e Liderança: uma relação de dependência

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Sempre que falamos em liderança, é comum pensarmos que ela tem um papel fundamental para estabelecer o destino de uma organização. Essa ênfase estratégica é, de fato, essencial. No entanto, é necessário mostrar não só aonde os colaboradores devem chegar, mas como atingir esse objetivo. É por isso que não podemos nos esquecer que a promoção da eficiência operacional também é uma das principais atribuições do líder.

 

O conceito de eficiência operacional

Para iniciarmos nossa reflexão, precisamos entender o conceito de eficiência operacional. De forma bastante resumida, podemos dizer que se trata da capacidade de fazer mais,  com menos recursos, melhor e em um tempo menor.

Expressando a ideia de outra forma, a eficiência operacional subverte bastante a lógica de mercado. Ela parte do princípio de que é possível fazer mais e melhor, porém economizando recursos (tempo e matéria-prima).

Em outros tempos, ela pode ter sido considerada o sonho dos empresários. Hoje, diante da alta competitividade, se tornou uma necessidade para a sobrevivência das organizações.

Afinal, quando uma empresa não consegue atingir esse resultado, ela pode enfrentar uma série de problemas: ela perde a competitividade por ter um preço mais alto, reduz sua margem de lucro à medida que o colaborador produz menos que poderia e corre o risco de ver seus produtos serem rejeitados pelo mercado porque a concorrência oferece alternativas melhores.

O segredo para alcançar a eficiência operacional

A grande questão é que, para alcançar esse nível de eficiência, não basta investir em equipamentos. Eles representam, sim, um fator importante na tríade que leva as organizações a um novo patamar de desempenho, que é a otimização de processos, tecnologias e pessoas.

Portanto, por mais que a tecnologia seja importante nessa jornada, ela não pode ser considerada o único fator ou mesmo o predominante. Os equipamentos oferecem à sua empresa o mesmo grau de acesso que os seus concorrentes têm.

A automação traz inúmeras vantagens às empresas. No entanto, ela homogeniza produtos e serviços. O puro e simples investimento em tecnologia não é capaz de prover diferenciais competitivos relevantes.

Também podemos pensar que a otimização de processos faz toda a diferença. Na verdade, essa também é uma ideia equivocada. Apesar de termos vários métodos como o ISO, Six-Sigma, LEAN e outros que realmente contribuem para a eficiência operacional, seu sucesso pode ser impedido pelo terceiro fator.  

Mark Davidson, executivo renomado que já fez parte da direção de grandes empresas e liderou o conselho da LNS Research, afirma que o engajamento de funcionários é determinante para tornar essas iniciativas bem-sucedidas.

Portanto, independentemente do método que a empresa escolha para implementar melhorias, se não houver ênfase na gestão de pessoas, todos os esforços serão insuficientes. Infelizmente, segundo o especialista, esse aspecto desafiador é muito subestimado pelas organizações.

O elemento principal da eficiência operacional é a qualidade e o engajamento dos seus recursos humanos. Quando falamos em qualidade, nos referimos ao preparo técnico para exercer a função. Quando tratamos do engajamento, essa é a força que propulsiona as pessoas rumo à excelência, fazendo com que elas almejem e alcancem a eficiência desejada.

Portanto, eficiência operacional se faz com pessoas. É a capacitação e o engajamento delas que produz a mudanças de comportamento necessária para alcançar esse objetivo e destacar a empresa no mercado.

O papel da liderança na eficiência operacional

É nesse ponto que o ciclo se fecha e a responsabilidade recai, novamente, nas mãos da liderança. Afinal, se o verdadeiro diferencial competitivo está relacionado às pessoas, o sucesso da empresa depende de sua gestão.

Justamente por isso, a eficiência operacional depende do líder. Suas atitudes e seu engajamento com os times são fundamentais para criar um ambiente de trabalho saudável, no qual as pessoas se sentem livres para explorar plenamente suas potencialidades.

Por mais que não seja papel do líder realizar as operações, sua postura tem uma grande influência sobre quem desempenha essas tarefas. Quando ele demonstra apreciação pelas contribuições individuais, age como um mentor de seus seguidores e oferece feedbacks construtivos, os colaboradores se sentem parte do processo, e não meros executores.

Atitudes que contribuem para a eficiência operacional

Quais atitudes fazem do líder uma inspiração para os colaboradores, motivando-os não só a produzir mais, mas principalmente a melhorar a qualidade de sua atuação e alcançar uma performance extraordinária?

Selecionamos algumas práticas observadas em grandes líderes, para que você possa se inspirar:

1.  Compreender e articular estratégias

Infelizmente, muitos de nós e outros tantos colaboradores que estão na ativa já receberam instruções para alterar processos de forma equivocada. Em vez de otimizá-los, as mudanças os tornavam ainda mais complexos e intrincados, criando até mesmo gargalos.

Dificilmente, quem alterou esse processo tinha a intenção de torná-lo tão complexo. Isso seria incoerente, visto que reduz a produtividade. Na maioria das vezes, esse tipo de decisão acontece por falta de uma compreensão profunda dos processos internos.

Por isso, o líder precisa conciliar a visão do mercado (ambiente externo) e dos processos (ambiente interno). Somente dessa forma ele poderá articular estratégias que atendam às demandas do primeiro ao mesmo tempo que otimiza o funcionamento do segundo.

2.  Transformar a estratégia metas específicas

Para alinhar seu time aos objetivos estratégicos da companhia, é essencial ter a capacidade de transformar a estratégia em metas específicas. O líder precisa compreender os objetivos, ter a clareza da meta para cada objetivo, o prazo e saber desdobrar os objetivos (aonde chegar)  em ações (o que fazer) para alcançar os resultados.

Vale a pena destacar que, por mais que os objetivos sejam gerais, as metas são específicas. Afinal, cada unidade da empresa, departamento ou grupo desempenhará uma parte nessa tarefa. É preciso que essas ações sejam claras.

Porém, é importante que nesse processo os colaboradores tenham a oportunidade de visualizar o cenário completo e onde sua função se encaixa. Apesar de a estratégia ser definida de cima para baixo, quando o funcionário entende como seus esforços se unem aos dos seus colegas e aos da companhia como um todo, as chances de engajamento são muito maiores.

3. Eleger métricas para avaliar a efetividade da estratégia

A palavra sucesso têm interpretações individuais, que podem ser bastante variadas. No ambiente corporativo, essa divergência na compreensão pode ser um entrave para a concretização de planos.

Isso torna necessário definir quando um objetivo foi atingido por meio de métricas. A liderança deve estabelecer um conjunto de indicadores apropriados para medir o progresso à medida que as equipes avançam.

Essa atitude faz com que que os colaboradores visualizem onde estão, o progresso que fizeram e o que falta para atingirem as metas propostas. Além disso, ela torna a avaliação objetiva, evitando que as pessoas  se sintam injustiçadas diante de um feedback realista, mas corretivo.

4.  Contagiar o time com a busca pela excelência

Esse é um dos principais papéis do líder. Enquanto o gerente faz os colaboradores agirem, o líder os inspira, fazendo com que queiram agir. Essa motivação, que se consegue principalmente pelo exemplo, é o verdadeiro propulsor dos resultados extraordinários dentro de uma companhia.

5. Usar a comunicação de forma poderosa

De muitas maneiras, a comunicação é uma ferramenta poderosa para a eficiência operacional. Sua primeira função é instrutiva: é por meio dela que os colaboradores entendem o que devem fazer e como executar suas atividades com precisão.

Portanto, essa habilidade deve estar presente na hora de comunicar metas, estabelecer procedimentos, capacitar os colaboradores, reunir o time para avaliar progresso e também nos momentos de feedback individual. Clareza e objetividade são fundamentais.

Porém, a comunicação tem outra função ainda mais poderosa que a instrução. Ela é usada para alcançar o objetivo do tópico anterior: contagiar as pessoas.

A forma como um líder comunica suas expectativas e reconhece o valor das pessoas está diretamente ligada ao nível de engajamento que ele obtém. A comunicação efetiva desperta o desejo de não só fazer o melhor, mas de ser melhor a cada dia, fazendo da busca pela eficiência um processo constante.

6. Liderar, em vez de comandar

A diferença é muito grande: o gerente ordena que os colaboradores façam. O líder vai à frente deles. Ele incorpora os valores que prega, os demonstra em sua atitude e, dessa forma, modela o comportamento e a ação de seus seguidores.

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Lília Barbosa & Creoncedes Sampaio

liliabarbosa@cozex.com.br/sampaio@cozex.com.br

 

Referências bibliográficas

https://www.bluesteps.com/blog/effective-leaders-operational-excellence-organizational-agility.aspx

http://blog.lnsresearch.com/blog/bid/199183/5-Ways-Effective-Leadership-Can-Accelerate-Operational-Excellence

https://blog.lnsresearch.com/blog/bid/201528/Operational-Excellence-7-Steps-to-Successful-Leadership-Employee-Engagement

https://www.forbes.com/sites/womensmedia/2018/03/27/how-to-make-your-company-culture-remarkable/#7f2b0f373f33

https://www.mbtmag.com/article/2014/09/importance-leadership-and-employee-engagement-driving-operational-excellence