Estamos perdidos ou conscientes?

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Em uma era de tantas possibilidades materiais, científicas, informacionais e relacionais, em que o ser humano é uma pequena e grande parte de tudo isso, perdemo-nos. Perdemo-nos no fazer pequeno e mesquinho, se compararmos com a grandeza que poderiam ter os nossos atos. Perdemo-nos nos pensamentos divagadores de nossa mente, em lugar de elevarmo-nos ao patamar de nossa capacidade infinita.

Perdemo-nos na mecanicidade diária ao permitir que os afazeres sejam repetições em lugar de criações de um novo dia. Por fim, perdemos a referência de nós mesmos ao reduzir a nossa existência a uma vida insignificante.

Os papéis que exercemos na família, no trabalho e na vida, muitas vezes, estão distantes das nossas  necessidades mais profundas. Exercemos papéis para cumprir um roteiro que não escrevemos. O pior de tudo, assumimos a pseudoautoria para nos iludirmos de que essa é a vida, isso é o que queremos viver. Somos algozes de nós mesmos e, sem enxergar isso, passamos pela vida, em lugar de vivê-la.

Vivemos numa busca incessante, por vezes, necessária do ter e esquecemos de ter a nós mesmos. Esquecemo-nos de exercer o autodomínio capaz de tornarmo-nos protagonistas  para escolher conscientemente o papel em cada faceta da vida. Mas como fazer isso se, geralmente, desconhecemos quem realmente somos? A resposta é simples e está distante de ser simplista: conheça-se. Princípio socrático pelo qual seria possível sair da caverna e encontrar a luz, a verdade e a felicidade.

Conhecer a si mesmo necessita de uma permissão interna para iniciar um ciclo infinito de descobertas e recomeços. O recomeço de que falamos é o início de uma nova etapa de vida, fechamento de um ciclo para início de um novo, diferentemente de reiniciar o mesmo ciclo, numa repetição enfadonha de quem não avança. Iniciar essa jornada do autoconhecimento requer coragem e persistência. Diferentemente do que muitas pessoas pensam, inexistem fórmulas mágicas de transformações pessoais, o que há é um processo que dura a vida inteira, permeado por etapas ora maravilhosas, ora difíceis e, ao mesmo tempo, conseguimos encontrar beleza em todas elas. Por que  isso acontece? Porque  o autoconhecimento eleva a nossa maturidade e conseguimos entender as perdas, os erros e os desalentos numa perspectiva de aprendizado e fortalecimento necessária para um novo ciclo. Conhecer-nos amplia a nossa sabedoria.

O autoconhecimento não é apenas conhecer suas forças e fraquezas. É saber quem é você e qual o seu papel no mundo, e isso está além das suas características e traços de personalidade. É você encontrar um significado para vida que transcenda você mesmo e tornar-se um catalisador que o mobilize independentemente se o tempo é de “vacas magras ou gordas”.  A crise atual é um excelente momento para certificar-se do seu alinhamento interno e maturidade, de onde poderá emergir o melhor de você  diante das piores situações, em que você é forçado a fechar ciclos improdutivos e aprender a refazer-se, e, mesmo assim, ficar bem e em paz consigo. Poucas pessoas exercem essa capacidade porque não aprenderam a exercer o autoconhecimento. Isso acontece pela sua falta de consciência, não veem a necessidade disso. Não sabem que não sabem sobre si e o quanto isso as enfraquece.

Quanto maior nosso grau de autoconhecimento, maior e mais rápida será nossa capacidade de adaptação e mudança. Somos invadidos por uma força interna inabalável, capaz de nos manter de pé, mesmo quando o mundo cai sobre nós. A sabedoria está na ampliação da consciência, no entendimento de que inexiste a vida perfeita  e, se ela existisse, seria entediante. Está na apreciação e experimentação da vida com todos os seus sabores. Isso a torna mais bela e significativa. O que você está fazendo agora para tornar a sua vida mais significativa?

Deseja aprofundar-se mais nesse tema? Leia o livro Significado: um guia para a vida, o bem-estar e a paz.

Lília Barbosa/Creoncedes Sampaio

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