Autodisciplina e Sucesso

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A grande maioria dos seres humanos, de alguma forma, deseja sucesso.  O sucesso de que falo está  correlacionado com ser bem sucedido, reconhecimento público e   a percepção de realização pessoal e profissional. A autodisciplina é fazer o que é preciso ser feito na hora certa. Pesquisas já demonstram  que a autodisciplina prevê o êxito acadêmico melhor do que o Q.I, por um fator de aproximadamente dois pontos.

Por que será que é tão difícil para as pessoas exercerem a autodisciplina mesmo quando desejam tanto o atingimento de algum objetivo? Porque tantas pessoas se perdem em seus sonhos e acabam sucumbindo na execução? O que as pessoas que sonham e realizam tem de especial em relação aqueles que passam pela vida com a sensação de que  ela, a vida, foi injusta ou que as oportunidades não foram suficientes para seu sucesso?

Uma questão central a ser analisada é  a baixa consciência do indivíduo dos ganhos secundários e  das consequências de médio e longo prazos do ato de “não fazer o que é preciso”. Isso gera consequências muitas vezes desastrosas, principalmente a longo prazos. Geralmente, os indivíduos vivem mobilizados pelos acontecimentos de curtíssimo prazos, geralmente mais prazerosos. Por exemplo: assistir televisão substitui a disciplina de ler um livro. A curto prazo é uma escolha inócua; a longo prazo perde-se conhecimento, inteligência, fluência nos argumentos, intelectualidade e empregabilidade. O prazer de comer doces e tudo o que desejar substitui a disciplina da prática de atividade física, a ingestão de alimentos saudáveis. A longo prazo esta pequena decisão pode representar um sobrepeso, baixa autoestima, problemas de saúde sérios e uma longevidade menor.   Estes fatores que impedem a mudança são os sabotadores pelo prazer. Os fatores que fazem o indivíduo permanecer no status quo, pelo prazer de não fazer o que é preciso, por mais que ele deseje a mudança e refute que sinta algum ganho da não realização. Estes ganhos secundários, impedem boa parte das pessoas de deixarem um legado pessoal ou profissional.

Isso significa que o desenvolvimento da autodisciplina requer o sacrifício dos prazeres imediatos para auferir mais à frente ganhos maiores e mais significativos, que estão correlacionadas com a construção de uma vida. Em contrapartida, o sucesso requer horas de prática em uma atividade específica. Anders Ericson descobriu, em seus estudos, que não é o talento natural que é responsável pelo sucesso das pessoas. O sucesso advém do esforço deliberado, da prática de uma determinada atividade. Inúmeras pessoas nascem com predisposição para determinados talentos e por não praticarem, exercitarem tais talentos não conseguem se destacar dos demais, enquanto outras, mesmo sem talentos naturais, mas com  disciplina, se esforçam e conseguem ser exímios em uma atividade e se destacar na multidão. Esta prática requer disciplina  de seis horas por dia, durante 10 anos, realizadas de forma inteligente, ou melhor, com  a análise constante  de como melhorar o que se faz constantemente. É bom lembrar que a mera repetição de uma atividade não é suficiente para levar alguém à excelência. O ser humano tem a oportunidade de ter vários ciclos produtivos de dez mil horas e obter sucesso em várias áreas de conhecimento, a questão é que no lugar de construir seu legado com disciplina, muitos perdem-se nos prazeres pequenos e fugazes da vida.

Lília Barbosa

Sócia diretora da Cozex

liliabarbosa@cozex.com.br